sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

SEM MEIOS-TERMOS


Meu sonho é ler você sem meios-termos,

Captar seus pensamentos cabeludos,

Colher com dedos longos e desnudos

O arrepio escondido em versos ermos.

 

Se deixar, falo! Roubo-lhe as ideias,

Marco páginas, grifo as entrelinhas

Que nos levam a mares, odisseias,

A ninfas tanto putas quanto minhas.

 

Quero também beber daquelas prosas,

Feitiços de palavras e sentidos,

Metáforas devassas, sinuosas.

 

E na literatura dos seus “ais”,

Misturar rimas pobres com gemidos

Seduzindo canções nos vendavais.

 

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