domingo, 15 de março de 2015

ESCOLA DOMINICAL


O que desejo por agora é parar. Parar nem que seja numa fila de banco, daquelas de légua e meia. Parar caminhando numa esteira de academia. Parar, e pronto, por duas ou três horas, e ler a Escola Dominical, de Ciro Pedroza, que se mostra todo elegante na contracapa.

Não conheço por dentro, só sei que é coisa boa. Daí, a vontade de avançar além das orelhas e do oferecimento dos editores da Sarau das Letras, Clauder Arcanjo e David Leite. Falta o autógrafo do autor para meus filhos terem mais de se orgulhar da biblioteca, a única herança do pai.

Leio tudo o que Ciro escreve e publica, até os releases do Tribunal Regional do Trabalho. A propósito, abre parêntese, o TRT tem dois artistas de gabarito na área de jornalismo, o reverendíssimo proprietário da Escola Dominical e o ex-minerador Manassés Campos. Fecha parêntese.

Até conversamos sobre a obra, bares a fora, ponteando noites, madrugadas, mas não lembro detalhes. O álcool, a música, a moça que passa. Há sempre ruídos nas entranhas da boemia, ainda por cima com esse tarado que não tira os dedos da viola nem por cem e uma dose da cana.

Sei que marca as 50 primaveras de Ciro, e digo primaveras, com todas as cores, para fugir do clichê dos 50 tons de Ciro. Nada de cinza. É do que me lembro entre uma Papary e outra e o violão afobado do comendador do Buraco da Catita, espaço mítico da lendária Rua das Virgens.

Garoto de programa na Metropolitana 105-FM, da Grande Natal, apresentador da TV Justiça nas horas vagas, sobrevivente dos cabarés das Rocas, mestre do jornalismo e quase doutor nas letras do meu velho amigo Adriano Gomes, afirmo que o homem sabe o que diz e o que escreve.

Reivindico lançamento em Mossoró. Urgente! Daqueles válidos por 50, que só a Sarau das Letras sabe fazer, a fim de festejarmos 50 anos, 50 textos, 50 domingos de prosa e, depois, 50 botequins para afogar a inveja por não ser O Mossoroense o lugar sagrado da Escola Dominical.