Uma das pessoas mais importantes
para O Mossoroense, nas últimas duas décadas, chama-se Larissa Daniela da
Escóssia Rosado, tanto pela competência administrativa quanto pela visão de
futuro e espírito democrático que marcaram sua gestão.
Chegou aqui com o desafio
hercúleo de restaurar e manter um jornal em sérias dificuldades financeiras
decorrentes das perseguições políticas, numa cidade onde ou se tinha acesso aos
"favores" do poder público ou se quebrava no outro dia.
Dorian Jorge Freire escreveu
certa vez que "fazer jornal no interior é peia". Sempre foi, tanto
que, ainda hoje, tem-se notícia de órgãos com dois, três meses de atrasos
salariais, mesmo contando com mesada líquida e certa do Palácio da Resistência.
Larissa iniciou o trabalho que
deu sustentabilidade à empresa, lançou a proposta de contratar consultorias
especializadas, delegou poderes, esforço que resultou num fato importantíssimo:
O Mossoroense, há quase oito anos sem receber um centavo sequer da prefeitura,
é o único veículo de comunicação da terrinha, além da FM-93 e da TV Mossoró, que
se mantém, apesar das dificuldades, sem mostrar o fundo das calças a Gustavo
Rosado.
Foi Larissa, por exemplo, quem
fez desta uma das primeiras redações informatizadas do Nordeste. Sob sua
direção, no período de 1992 a 1998, aposentamos as máquinas de escrever, os tipos
móveis, a tesoura, a cola, a granitadeira, o fotolito, e ainda adquirimos uma
segunda impressora offset, modelo ATF
Chief 25.
O Mossoroense tornou-se, naquela fase
da imprensa potiguar, o único periódico fora da capital a vencer a barreira do
salário mínimo e pagar aos profissionais o piso fixado nas negociações com o
Sindicato dos Jornalistas.
Tudo com muita, muita
dificuldade, longe dos investimentos públicos em propaganda, sem mencionar as
pressões sofridas pelos pequenos comerciantes. Quem pretendia vender para
Estado e município não podia sequer pisar em nossa calçada.
Larissa foi a responsável direta
por outra transição importante: a abertura editorial, conferindo a repórteres e
colunistas ampla liberdade de atuação, inclusive com opiniões contrárias às da
empresa.
O Mossoroense não mente, tem
linha honesta e corajosamente definida, declarada, sem prejuízo ao espaço das
divergências, graças também à semente lançada por Larissa. Até os idiotas que
nos perseguem, tentam nos intimidar com processos judiciais, chantagens e
agressões, são tratados com respeitoso profissionalismo.
Não me surpreendem os repetidores
de mentiras que dizem o contrário, sem conhecimento de causa. Desapontam-me,
por outro lado, pessoas que vivenciaram tudo isso distorcerem os fatos para
agradar os atuais patrões ou simplesmente destilar ódio injustificado. Destas,
basta comparar os textos de ontem e de hoje.
Larissa deixou o jornal convocada
a assumir funções muito mais complexas, reconhecida como uma grande gestora,
daquelas que não temem e não amarelam diante das dificuldades.
Essa, a verdade. O resto,
conversa fiada.
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DESAFIO: qual veículo de
comunicação, de qualquer modalidade, topa testar seus administradores com os
nossos, passando apenas seis meses sem receber dinheiro da prefeitura de
Mossoró? Quem se habilita?