Uns garantem que foi
Assis Chateaubriand, fundador dos Diários Associados, enquanto outros juram
haver sido Antônio Carlos Magalhães, imperador da Bahia, quem dividiu os
jornalistas em três grupos: o dos que procuram notícia, o daqueles ávidos por
dinheiro ou poder e o dos indivíduos interessados em emprego para si ou para
familiares.
Identificar cada uma
dessas categorias, segundo o autor, é essencial para se relacionar bem com os
profissionais da mídia, pois será trágico oferecer suborno ao que deseja
informação e inócuo levar fatos a quem ambiciona poder, emprego ou espera pelo
velho “jabá”, expressão do “jornalês” que representa vantagem pecuniária
indevida.
Lá em Macatuba, cidade
imaginária do escritor Tarcísio Gurgel, que semana retrasada baixou no terreiro
de Mossoró para nos brindar com o Inventário do Possível, certas “otoridades” insistem,
por inexperiência ou mau conselho, em abordar repórter honesto com propostas
indecorosas levadas por interlocutores sempre “privilegiados”.
Hoje, na calçada do
jornal, ouvi o desabafo de um colega: “O que esse povo pensa de mim”, disse
ele, “para me procurar três vezes”. Referia-se a determinada figurinha, em nome
de quem dois assessores diretos e um extraoficial o sondaram com propostas de
emprego em troca de silêncio, sem perceber que a ambição do cara é notícia.
Complicaram o simples e
perderam a oportunidade de criar um vínculo fonte/jornalista, que é estável por
se basear na confiança e no respeito mútuo. As relações econômicas ou
empregatícias espúrias, ao contrário, não resistem ao afastamento do poder,
pois, como tentou Maquiavel ensinar ao príncipe, mercenários servem mal e traem
bem.
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