domingo, 21 de junho de 2015

#FicaaDica



Uns garantem que foi Assis Chateaubriand, fundador dos Diários Associados, enquanto outros juram haver sido Antônio Carlos Magalhães, imperador da Bahia, quem dividiu os jornalistas em três grupos: o dos que procuram notícia, o daqueles ávidos por dinheiro ou poder e o dos indivíduos interessados em emprego para si ou para familiares.

Identificar cada uma dessas categorias, segundo o autor, é essencial para se relacionar bem com os profissionais da mídia, pois será trágico oferecer suborno ao que deseja informação e inócuo levar fatos a quem ambiciona poder, emprego ou espera pelo velho “jabá”, expressão do “jornalês” que representa vantagem pecuniária indevida.

Lá em Macatuba, cidade imaginária do escritor Tarcísio Gurgel, que semana retrasada baixou no terreiro de Mossoró para nos brindar com o Inventário do Possível, certas “otoridades” insistem, por inexperiência ou mau conselho, em abordar repórter honesto com propostas indecorosas levadas por interlocutores sempre “privilegiados”.

Hoje, na calçada do jornal, ouvi o desabafo de um colega: “O que esse povo pensa de mim”, disse ele, “para me procurar três vezes”. Referia-se a determinada figurinha, em nome de quem dois assessores diretos e um extraoficial o sondaram com propostas de emprego em troca de silêncio, sem perceber que a ambição do cara é notícia.

Complicaram o simples e perderam a oportunidade de criar um vínculo fonte/jornalista, que é estável por se basear na confiança e no respeito mútuo. As relações econômicas ou empregatícias espúrias, ao contrário, não resistem ao afastamento do poder, pois, como tentou Maquiavel ensinar ao príncipe, mercenários servem mal e traem bem.

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