Minha vida tange a vela
da jangada navegante
em mar revolto.
Sou velho pescador,
mas nunca descubro,
ao romper
o horizonte das ondas,
se voltarei em breve,
tarde ou jamais.
E, em voltando,
se a pescaria
renderá peixe bom
ou apenas novas milhas
na lida das marés.
Aprendi ainda menino:
só calculo a pesca
quando as minhas mãos
engelhadas de água e sal
sonham, finalmente,
tocar a areia da praia.
Depois, então, eu acordo.
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