Além da penumbra do ambiente sob a lua nova, a taça de vinho tinto seco e a brisa marinha, vieram aquela boca devassa e aqueles olhos malditos desafiar a insônia dos seiscentos diabos que me devora a cada domingo. Se foi uma provação, convenhamos, exagerastes na dose.
Felizes os homens que conseguem dormir aos domingos, sem precisar sair por aí, tomando uns goles para entorpecer o juízo, atrapalhando a sinfonia das corujas, ouvindo o lamento dos desgraçados, desfiando sozinho o seu próprio rosário de desejos.
Desejos que nem sempre são puros, desejos de trair o paladar misturando cachaça com coca-cola e de se apaixonar louca e alucinadamente por mulheres sem nome cujos rostos serão esquecidos ao cair do primeiro raio de Sol, na hora de voltar pra casa.
Bem-aventurados os que não se esquecem da noite passada nem perdem beijos na neblina. Malditos os que desprezam as conquistas, desgraçada aquela noite, desgraçada aquela mulher que se foi sem legitimar o meu pecado para morrer no esquecimento.
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Texto originalmente publicado no O Mossoroense, aos 5 de dezembro de 2002.
5 comentários:
Bom dia ! Amigo Cid acho quase impossivel não desejar a mulher do proximo e depois de uma taça de vinho mesmo ele estando proximo essa mição e quase impossivel. amanhão vou ligar para o CDI UM GRANDE ABRAÇO E BOM DOMINGO.
Espero que a cachaça não seja aquela Rainha. Ai sim não tem perdão misturá-la com coca-cola.
Marcelo Pinto
Espero que a cachaça não seja aquela Rainha. Ai sim não tem perdão misturá-la com coca-cola.
Marcelo Pinto
Espero que a cachaça não seja aquela Rainha. Ai sim não tem perdão misturá-la com coca-cola.
Marcelo Pinto
Se for pro inferno por isso coloque a culpa n cachaça. (Gostei do texto, cara, parabéns!)
Grande abraço.
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