Frequento o Colégio Diocesano
para deixar ou pegar o caçula. Não consigo traduzir em palavras a felicidade de
entrar ali, rever antigos mestres, ex-colegas cujos filhos são amigos de meus
filhos, abraçar Tia Mundinha, observar Padre Sátiro orando na capela.
O contato com a escola da
infância é sempre aquela festa que, na sexta-feira, ganhou dimensão especial. Tia
Edina, professora de meus irmãos mais novos, aguardava-me com uma encomenda e um
recado: "Mundinha disse que isto é para você não se esquecer".
Dentro do envelope branco,
imediatamente aberto, a cópia xerográfica da página 5 do jornalzinho
"Diocesano Informa", onde publicaram o artigo "O Diocesano do
meu e de outros tempos", que escrevi há 12, 15 anos, com divulgação também
no O Mossoroense.
Textozinho fraco, mas rico em sentimentos
que se renovam nas gerações atuais de alunos, característica que o mantém fora
da lixeira. Além disso, o carinho de Tia Mundinha, em guardá-lo tanto tempo, dá-me
a ilusão de que eu não escrevia tão pior naquela época.
Impossível esquecer o Santa
Luzia, 112 anos de juventude. Mesmo se não estivesse ali, em tijolo, concreto e
telhas, na Doutor João Marcelino, de frente à praça Dom João Costa, "tudo
lá" me parece "impregnado de eternidade", como na evocação de Manuel
Bandeira.
Os corredores, as salas, o sino,
o pé de manga, o cheiro do café de dona Raimunda, os pátios, as salas, os
primeiros alumbramentos, as traquinagens, a humanidade pulsante, enriquecem a
arquitetura espiritual das gerações de cidadãos e cidadãs que ajudou a formar.
Sinto orgulho por haver estudado no
colégio de meu bisavô, dos meus avôs, de meu pai, dos meus irmãos e de meus
filhos. Por outro lado, é privilégio maior ser lembrado e receber o carinho de
Tia Mundinha, uma das grandes educadoras deste país chamado Mossoró.
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