Cid
Augusto
Vê-se
a rua vazia
por
retângulos verticais,
deserta
e oprimida
entre
ombros de calçadas.
Surda,
não quer saber
destas
palavras
que
rompem o silêncio
e
o abismo
da
mão à caneta.
Muda,
de pirraça,
não
fala o que já se sabe
e
se insiste dessaber.
Medo
da eloquência
da
língua adormecida
em
outros berços.
Ah,
o cheiro
que
entrelinha os devaneios
faz
lembrar a liberdade
que
fugiu janela fora.
Era
como?
Perfume
de madrugada
amanhecida!
Toca
com a ponta dos dedos
hesitantes
o
aço da solidão
em
volta do pescoço,
dos
punhos e tornozelos.
No
outro lado,
elo
após elo,
a
alma,
poema
concreto,
arrasta
o corpo
às
profundezas.
E,
como se não bastasse,
este
gosto de anteontem
que
só foi percebido
agora.
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