sábado, 27 de outubro de 2012

LUZ



Noites perdidas
escondem dias infinitos.
Daí, as olheiras.

Tanta luz, meu Deus,
nos miolos de quem faz escuro
para não encarar
a superfície reversa
do espelho de metal.

De nada adiantam
palavras claras
à sombra
de lençóis frios.

Dos castelos de marfim,
corredores iluminados,
as ideais, ultimamente,
só frequentam masmorras.

A vontade que se tem
é enfiar os dedos na tomada
e apagar o Sol
num curto-circuito.

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