quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

VERSO VAGABUNDO


Que se dane o poeta inofensivo!
Que se lasque o poeta literal!
Prefiro a poesia visceral
Do louco depravado e corrosivo.

Frequentador das trevas do prazer,
Bebedor de defuntos insepultos,
Arrastando as correntes dos insultos
Em poemas de escárnio e maldizer.

O vate que se entrega ao velho rito
De espalhar as palavras no infinito
E encontrar em si mesmo o fim do mundo.

Eu quero a musa armada de facão
E o lirismo na boca do canhão
Defendendo o meu verso vagabundo.

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