Para Laete Rosado, que me inspirou a desafiar o espelho.
Desconheço estes rostos que o meu rosto,
Contemplando o semblante da loucura,
Me apresenta no plano contraposto
Do espelho estilhaçado na moldura.
Não sei, daqueles quantos, quem eu sou
Nem quais deles revelam quem sou eu.
Talvez nenhum reflita como estou,
E até cada reflexo seja o meu.
Queria olhar na cara e estar sozinho,
Sem tropeçar em mim no descaminho
Ou encontrar estranhos de repente.
Mas há tantos de nós na imensidão,
Tantos rostos no espelho à minha frente,
Que chego a me perder na multidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário