Não lembro se era tarde ou se era dia,
Mas recordo, a maré estava cheia,
O vento chafurdava pela areia
E as dunas transbordavam de euforia.
Das brenhas do alto-mar, uma jangada
Que parecia azul do continente
Se esfregava de um jeito impertinente
Na água-flor que gemia alucinada.
Vi pássaros na pedra onde a sereia
Devora homens sem alma e sem socorro,
Toda vez que por lá faz lua-cheia.
O Sol gritava – Luz! – já sem pudores,
E se espalhava nu por sobre o morro
Que suspirava em tons de sete cores.
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