domingo, 30 de julho de 2023

MORRO DAS SETE CORES


Não lembro se era tarde ou se era dia,

Mas recordo, a maré estava cheia,

O vento chafurdava pela areia

E as dunas transbordavam de euforia.


Das brenhas do alto-mar, uma jangada

Que parecia azul do continente

Se esfregava de um jeito impertinente

Na água-flor que gemia alucinada.


Vi pássaros na pedra onde a sereia

Devora homens sem alma e sem socorro, 

Toda vez que por lá faz lua-cheia.


O Sol gritava – Luz! – já sem pudores,

E se espalhava nu por sobre o morro

Que suspirava em tons de sete cores.


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