Era tarde, eu vagava pela rua
Naquele tempo incerto, irresoluto,
Em que a hora se esvai em um minuto
E o Sol se reencontra com a Lua.
Buscava o bar, a dose que atenua
A ilusão que nem quero nem refuto,
Quando diante de mim – como tributo –
A jovem madrugada se fez nua.
A ilusão que nem quero nem refuto,
Quando diante de mim – como tributo –
A jovem madrugada se fez nua.
Por mera displicência ou fantasia,
Trocava, ali, a tez de noite escura
Pelos trajes dourados de outro dia.
Trocava, ali, a tez de noite escura
Pelos trajes dourados de outro dia.
Assim, virei boêmio e, sem tabu,
Só desejo que a flor da formosura,
Da próxima, também me faça nu.
Só desejo que a flor da formosura,
Da próxima, também me faça nu.
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