segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

MADRUGADA


Era tarde, eu vagava pela rua 
Naquele tempo incerto, irresoluto,
Em que a hora se esvai em um minuto 
E o Sol se reencontra com a Lua.

Buscava o bar, a dose que atenua 
A ilusão que nem quero nem refuto, 
Quando diante de mim – como tributo – 
A jovem madrugada se fez nua.

Por mera displicência ou fantasia,
Trocava, ali, a tez de noite escura
Pelos trajes dourados de outro dia.

Assim, virei boêmio e, sem tabu,
Só desejo que a flor da formosura,
Da próxima, também me faça nu.

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