sábado, 25 de julho de 2009
Coice, qualquer jumento dá!
Costumo alertar, a quem perde tempo me dando ouvidos, para não confundir crítica e coice. Resgato a preocupação da oralidade, registrando-a neste inexpressivo Canto de Página, sem o menor desejo de bater de frente com jornalistas, blogueiros e outras personagens da mídia adeptas do chamado "estilo arrasa-quarteirão". Não seria eu, um ignorante de carteirinha, o conselheiro de seu ninguém. As palavras, no entanto, não hei de negá-las por medo de polêmica, se precisam ser ditas.
A mídia é ambiente propício ao debate, ao conflito de juízos, à liberdade de expressão, aos embates da inteligência. Na era da Internet, o aparato tecnológico amplia o alcance das ideias. O pretenso formador de opinião, esteja no grande centro ou na pequena cidade, terá ao dispor instrumentos capazes de levar seus pontos de vista a quase todas as partes do planeta. O salto das tecnologias da comunicação parece haver transformado o tempo e o espaço em circunstâncias puramente virtuais.
Tais possibilidades encantam muito mais do que a letra estática na superfície do papel ou lançada, como se falava antes, no éter das ondas de rádio e de TV. Esse alumbramento é, de certo modo, perigoso. Ele rouba, não raro, o discernimento, a capacidade das pessoas perceberem, por exemplo, que o poder da informação é nada diante da responsabilidade da informação. Leva-as, também, a confundir o sacrossanto direito à liberdade de expressão com o deplorável exercício do insulto.
Li há poucas semanas que determinada figura criará um "blog jornalístico" destinado a bater, a esfolar, a trucidar, a não deixar pedra sobre pedra. Isso, francamente, é triste e não tem nada a ver com jornalismo. Aproveitar espaços democráticos para atacar a honra alheia com palavras de baixo calão, empreendendo perseguições medonhas, porque recebe dinheiro para o dito fim ou simplesmente porque não vai com a cara de um sujeito, fere a lei, o bom-senso e a inteligência dos leitores.
Criou-se em Mossoró a equivocada escola, segundo a qual bom comunicador é aquele que diz desaforos e acerta o alvo com as quatro patas. Ao longo dos anos, as vítimas se acumulam. Muitos espectadores, impulsionados por sentimentos doentios, aplaudem e estimulam o espetáculo de horrores, mas só até o dia em que também apanham ou veem pessoas queridas debaixo de vara, sem direito a se defender. Afinal, quem esperneia é logo rotulado de antidemocrático e atrai novos escrachos.
Crítica é texto nobre elaborado por gente capaz de enxergar a mágica dos detalhes e traduzir a realidade com humor, leveza e fina ironia, levando-nos a refletir sobre aspectos das coisas. Grosserias e expressões humilhantes, longe de se confundirem com jornalismo ou com reflexão, não passam de gestos grotescos premiáveis com uma bela cangalha. Fico com Goethe ao afirmar que o mais duro dos críticos é "o amador malogrado", pois crítica é arte; coice, qualquer jumento dá!
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16 comentários:
Falou e está falado, "Seu" Cid!
Abraço,
Laélio
Valeu, Seu Laélio.
Abraço,
Cid
Da para perceber que isso é com Pedro Carlos, mas o pior é que atinge pessoas do seu comvivio como Marcos Ferreira Tulio Rato que logo vao estar fazendo chacota c0om sandra rosado, laires e larissa. Mais como disse e´coisas que tinha que dizer, é bom que esses sujos pensem na vida
Não, prezado leitor anônimo, isso não é dirigido a Pedro Carlos, Marcos Ferreira, Túlio Ratto ou qualquer outro comunicador. Também não se refere a questões políticas ou pessoais.
Grato pela leitura,
Cid
Aqui, pelas bandas de PE, chamamos isso de Amadorismo Franciscano. Quando não se tem o que falar, com propriedade, o que resta é agredir algo ou alguma coisa.
Parabéns pelo blog!
Arquiles Petrus.
Sem dúvida, Arquiles, essas coisas refletem elevado grau de amadorismo. Obrigado pela participação e volte sempre.
Cid
Cid,
Quem leu o texto e comentou que suas reflexões tem algum tipo de envolvimento político não o conhece mesmo. Ao ler seu artigo, encarei como uma preocupação natural vinda de um profissional da área da comunicação que preza por uma postura, no mínimo ética.
Aí neguim se estressa e parte pro ataque, citando até nomes, putz. Aonde vamos parar dessse jeito?
Acontece, meu amigo, acontece!
Cid
Caro cid.Tens razão quando vc diz que hoje em dia esse tipo de "jornalista" tem vez na midia.Dá coice é facil mas ser profissional é outra coisa.Amigo acho que houve retrocesso muito grande na cultura do nosso povo.Há 30 anos atrás aqui em meu estado(Sergipe) os programas mais ouvidos eram os culturais.Ninguem aos domingos deixava de assistir o "radio revista" e a noite o "calendario" e tantos outros.Quando se colocava uma musica falava-se do autor.Ex.Ouviremos agora de Adelino Moreira na voz de Nelson Gonçaves "a volta do boemio".Aprendi com eles que o Adelino era português. Um outro dia um locutor aqui da terra disse:Ouviremos agora na voz de fulano de tal(esqueci o cantor)a melhor musica "feita" por Ronnie Von "meu bem". Uma pessima versão de "girl" de John Lennon e Paul McCartney.E por aí vai.Para Caitano vender 100 copias dá trabalho, mas uns tais Serginho e Lacraia venderam 2 milhões com a Éguinha pocotó em uma semana.Este é o retrato atual da nossa cultura.Um abraço
Jose wellington figueiroa
Em tempo: A padroeira da nossa cidade Barra dos Coqueiros é Santa Luzia tambem.
Então, José, que Santa Luzia nos proteja dessas mulas.
Abraço,
Cid
Caro Cid,
Somente quem não o conhece faria comentários dessa natureza (do colega anônimo). Lembro-me de quando ingressei no Curso de Letras, em 1994, encontrei vc por lá, é o conheci como jornalista Cid Augusto, escritor (apaixonado por literatua regional e a cultura local). Somente depois de um certo tempo fui saber do seu sobrenome, filiação. No nosso tempo de convívio jamais percebi qualquer pretensão sua de usar sobrenome para intimidar alguém. O seu artigo está corretísimo: existem muitos canalhas que difamam a honra alheia e depois que descobrem que o fato não era verdade, pedem desculpas ao acusado. Aí fica difícil reparar, reconstruir a imagem do prejudicado perante a sociedade. Veja-se o exemplo de algumas Revistas de renome nacional, especialistas em denegrir tendenciosamente a imagem de alguns. Está fazendo escola aqui no RN! Um grande abraço do seu ex-companheiro do Curso de Letras!
Grato, companheiro.
Cid
Eu não preciso falar aqui tantas coisas, relatar ou dar meu avará sobre tais coisas. Acredito quando escreves, com teu senso de responsabilidade, é para nosso bem e desabafar faz bem e defende meu ego! Parabéns mais uma vez, sou sua fã incondional.
Bjks, Sulla Mino
A recíproca é verdadeira, Sulla.
Cid
Como seria bom de todos pensassem assim. Falando em "deplorável exercício do insulto", é deplorável o que faz o blogueiro e colunista do Jornal o Mossoroense no espaço "Macau". Maxwell Almeida, usa seus espaços para atacar sem provas, sem testemunhas, sem processos legais o Prefeito Flávio Veras. De forma venal, o blogueiro faz insinuações, calunia, ataca a honra do prefeito simplesmente pelo fato de Flávio ter retirado o seu "CC", que era da cota de Zé Antonio, seu antecessor. Discaradamente, refere-se ao prefeito de Macau, empresário bem sucedido Flávio vieria Veras, de "prefeitinho pior". Fala da administração da cidade como "governinho pior". Maxwell é um blogueiro que faz o gênero "puxa-saco". Não estou falando aqui daquele puxa-saco inteligente, discreto. Estou falando de alguém que o povo de Macau ignora. Desconhece. Enquanto Flávio, homem simples, do povo, rico e não suporta o estilo "MAX-puxa-saco-de-ser". Daí a raiva do rapaz. Mas não se justifica alguém usar do poder de jornalista, pra desancar pessoas, atacar a honra de quem quer que seja. Uma pena o comportamento de Max, mas como ele perdeu o "CC", a raiva ainda não passou. Aquela granfinagem que ele babava, quando saiu da prefeitura, o abandonou.
Caro comentarista anônimo.
Sugiro-lhe, com todo respeito, que da próxima vez você se identifique.
O anonimato tira a credibilidade de suas palavras.
Outro detalhe: o blog de Maxwell Almeida é de responsabilidade exclusiva dele.
Grato,
Cid
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