sábado, 24 de setembro de 2011

“Amar uma mulher sem orifício”


Sou fã de Chico Buarque, mas discordo dele nesta história de “Amar uma mulher sem orifício”. Na verdade, não é bem discordar, pois respeito as opções sexuais, as taras, as manias, de todo mundo. Se meu ídolo quer se dedicar ao onanismo icônico religioso, se é que entendi a relação entre o... o... e a cara dos versos, terá toda licença poética.

Nutro grande admiração por mulheres de carne e osso, com as aberturas que Deus lhes deu. São caminhos naturais para o nirvana, olhos nos olhos, boca na boca, aquilo naquilo, boca naquilo, aquilo na boca, indispensáveis à dieta de um homem que, embora jovem, contemporâneo, sente dificuldade na adaptação a certas, digamos, “modernices”.

Quem sou eu, criatura abandonada pelo simbolismo, boêmio da asa quebrada que, sem autonomia de voo, conforma-se em amanhecer sentado em monturos de lirismo que bêbados constroem nos corredores da Cobal... Quem sou eu, cronista de meia pataca, para discutir assim a obra de um dos gênios da MPB, pelo fato de sua elevação espiritual.

Ocorre-me, no entanto, a velha máxima popular – mentira, inventei-a agora – segundo a qual “o espírito se eleva quando a carne despenca”. Por assim dizer, vencidas as forças do homem, melhor adorar estátuas, protegido da sedução que dadas cavidades exercem, em vez de se empanturrar com remédios de olhos azuis – mentira, de novo!

Agora, falando sério, preferia não brincar com Seu Francisco, cujas canções alumbram meu amor. Vai que ele, o Velho Chico, agora com a mania de fuçar no Google, se enxerga por aqui e me expulsa do fã-clube, sem direito a ouvi-lo sequer em radiola de ficha. Vixe, Maria, já estou com o orifício na mão, melhor encerrar a ladainha. Desculpa aí.

5 comentários:

João Ferreira de Lima disse...

Bom Dia ! meu grande amigo Cid ate que em fim voce da o ar de sua graça ja estava preocupado ja liguei ate no seu celular mais não lhe encontrei e hoje esto aqui trabalhando e antes de sair para o almoço dei uma olhada no Mossoroense velho de guerra que ninguem e de ferro e para minha alegria lhe encontrei aqui no seu cantinho de sempre não fuja e se fujir avise antes pois voce faz muita falta e tenho certeza que o velho chico não lhe expulsará um grande abraço.

Canto de Página disse...

Grande João.

Estive afastado estudando. O recolhimento valeu a pena, pois o resultado foi positivo.

Abraço,

Cid

João Ferreira de Lima disse...

Boa Tarde ! sendo assim esta perdoado mais não esqueça sempre que poder escreva algo pois e muito bom ler suas cronicas e os nossos conterraneos que estão longe agradecem um grande abraço amigo CID.

Rosemilton Silva disse...

Amigo velho, já tinha recorrido até a minha Santa Rita, Senhora dos Impossíveis, pra você terminar logo essa condenada tese de final de curso - e não rezei pra você se sair bem porque disso não carecia -, e voltar a nos dar o prazer da boa leitura. E, como você mesmo disse, o resultado foi bom. Acho que nos dois sentidos, o da tese e o da volta a escrita nesse velho canto de página - no bom sentido da palavra, pois quem o é ganha experiência e sabedoria. Deleitemo-nos, pois, com sua escrita formidável. Um abraço

Canto de Página disse...

Amigo Rosemilton, assim você me deixa sem palavras. Obrigado por tudo. Sou seu fã.

Cid