sábado, 15 de setembro de 2012

Boicote



Há quase oito anos, a prefeitura de Mossoró, sob o comando de um partido que se autodenomina Democratas, não anuncia no O Mossoroense nem paga o que deve ao jornal.

Esse boicote explícito, declarado, além de "desinteligente", como diria meu amigo Caby da Costa Lima, representa abuso de poder, fere a democracia e atenta contra princípios da administração pública, a exemplo da legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência e indisponibilidade.

Muito me espanta o Ministério Público não ter, pelo menos até onde se sabe, instaurado procedimento para investigar a destinação das verbas da propaganda oficial do município para órgãos de comunicação imbuídos, a um só tempo, de incensar o pagante e massacrar quem a este ousa dirigir críticas.

Abrindo pequeno parêntese, vale dizer do Blog do Paulo Doido, criado para esculachar adversários da prefeita, com dezenas de postagens realizadas a partir dos computadores da Secretaria de Comunicação do município e da reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Desvela-se, aí, o segundo ponto dessa perseguição estatal: nossa equipe é constante alvo de agressões por meio de notas que o Palácio da Resistência dita aos órgãos aos quais remunera.

Chega a ser patética, a preocupação da "concorrência" com a linha editorial do O Mossoroense, embora não nos preocupemos em responder, pois o leitor não é burro, ao contrário do que pensam os donos da verdade, e sabe identificar o mentiroso, o pau-mandado.

A terceira face da intolerância, da sanha de calar quem não se vende nem dobra a espinha, é a ofensiva jurídica, processos em massa no intuito de sufocar econômica e moralmente os inimigos do sistema.

No decorrer da última semana, por exemplo, fomos alvo de representação eleitoral para direito de resposta sobre algo que o DEM, o mesmo do combate à liberdade de expressão, teve todo espaço aberto para fazê-lo e não quis.

Sabe por quê? Porque o intuito não era esclarecer nem contestar. O objetivo, pelo teor do material entregue ao juiz, é o de ofender, de humilhar, erro grosseiro cuja repercussão é desconhecida, ao passo que revela os métodos truculentos daqueles que estão por trás da manobra.

De toda sorte, o jornal, como sempre faz, insistiu no posicionamento dos Democratas e o publicou, com mais destaque e em espaço mais nobre do que a notícia "mentirosa".

Assim, permanecemos tranquilos quanto ao cumprimento do nosso dever de informar e esperamos  que a futura administração municipal, seja sob o comando de Edinaldo Calixto, Larissa Rosado, Cláudia Regina, Cinquentinha ou Josué Moreira, encerre o ciclo de perseguições, tratando a mídia com respeito e profissionalismo.

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