sábado, 19 de maio de 2012

LYON



Lyon, meu lugar predileto de Oropa, França e Bahia. Quando bate a tristeza, naquelas noites sem perspectivas, fecho os olhos e me sinto por lá, bebendo um scotch em francês.

 “Bom dia, tristeza. Que tarde, tristeza. Você veio hoje me ver”.

O coração é pequeno, mas o malte é puro e me leva a escorregar em lugares comuns, besteiras universais tipo dor de cotovelo, indecências, o ves...ti...do... da mulher que passa.

“Meu Deus, eu quero a mulher que passa!”.

Saudade das pequenas mortes. Se as palavras não me faltarem, talvez a tentação caia em mim e me arrebate na ilusão de um orgasmo. Se bem que aos 40, ninguém morre dessas coisas, no máximo desmaia.

“Tem o palor que irradia a estrela quando desmaia”.

Tinha 13 anos quando a primeira musa cravou-me ao Sol um gozo no centro da memória. De lá para cá, tirando as carícias do meu amor ausente, as lembranças são fortuitas. Tantas, também, fazer o quê?

“Uma mulher ao sol - eis todo o meu desejo”.

Cansado de acordar manhãs para escrever a história dos outros. Um dia, e me perdoem a sinceridade, direi apenas de mim. Pro inferno a universalidade que não me habitar.

“Para isso fomos feitos: para lembrar e ser lembrados”.

O Anjo Torto apareceu. Há eras não conversávamos. Falou de tristezas maiores que as habitantes desta página. Trouxe notícias do mundo de lá, da literatura, da poesia. Vai escrever sobre Vinícius de Moraes. Que inveja!




Nenhum comentário: