domingo, 19 de junho de 2011

DESINFORMAR O CIDADÃO É ARMAR O BANDIDO



O secretário da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, senhor Aldair da Rocha, proibiu o Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) e o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) de prestarem informações sobre homicídios cometidos em Mossoró.

A justificativa dada por ele na última sexta-feira, em audiência realizada na Câmara de Vereadores, a fim de debater os índices da violência na cidade, foi a de que a pasta sob seu comando pretende criar uma central de imprensa, ainda sem data marcada para entrar em funcionamento.

A tarefa estaria, por enquanto, sob monopólio do comandante da Polícia Militar, a quem os repórteres de quatro jornais diários, da TV aberta, da TV fechada, dos diversos sites noticiosos, das revistas e das nove emissoras de rádio existentes por aqui poderão se dirigir a qualquer hora.

Com essa desculpa esfarrapada, impõe-se a cesura aos cidadãos potiguares em pleno regime democrático de direito, pelas mãos daqueles que deveriam nos proteger não apenas da violência urbana, mas também no tocante a quem investe contra outros aspectos da dignidade humana.

Não creio em boas intenções, até porque “uniformização da verdade” rima perfeitamente com “manipulação da realidade”. A ideia, de certo, é esconder números cruéis, frutos da ausência de gestão estratégica da segurança que nos confere o triste epíteto de Rio Grande da Morte.

A decisão de Aldair da Rocha ofende dois princípios da administração, o da publicidade e o da legalidade. Tentar impedir acesso a dados de ordem pública, talvez no intuito de encobrir o desrespeito a outro preceito, o da eficiência, fere a nossa inteligência e a Constituição.

É ela, a Carta Magna, quem nos assegura o direito à informação, veda a censura, garante-nos a liberdade de expressão sem necessidade de “licença” e proíbe a edição de normas embaraçosas “à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação”.

A governadora Rosalba Ciarlini, que à frente da prefeitura de Mossoró deu exemplo de democracia ao não perseguir economicamente setores da mídia críticos a outros aspectos de sua gestão, como ocorre hoje no Palácio da Insolência, deve reverter esse completo absurdo.

Se não a Rosa, mostre o Ministério Público os espinhos, utilizando remédios legais capazes de cessar a arbitrariedade, provocado pela indignação dos que não aceitam ser resumidos à condição dos “Macacos Sábios” do folclore japonês, que não veem, não ouvem e não falam.

Embora a imposição de censura seja algo muito complicado na era das redes sociais, quando qualquer indivíduo pode ser repórter da própria realidade, algo precisa ser feito com urgência. Longe do que possa imaginar o secretário, agir para desinformar o cidadão é armar o bandido.

Um comentário:

João Ferreira de Lima. disse...

Boa Tarde ! mestre ja não basta uma prefeita autoritaria agora temos um secretario de segurança que não que ser importunado pelos altos indisses de violencia do estado mais para isso tem que ter muito mais investimento em segurança com integração das informações das duas policias e monitoramento de camaras nas ruas das cidades e nas estradas do estado e não proibir as divulgações das informações ele precisa ver esses conceitos.obrigado.