terça-feira, 5 de janeiro de 2010
De país a continente
Os ocupantes do Palácio da Resistência usam uma frasezinha simpática, na qual se afirmava "Mossoró está crescendo, só não 'ver' quem não quer". Até sábado último, assumo constrangido, pedindo perdão a Nossa Senhora das Bicicletas, eu não enxergava o crescimento. A chuva de domingo, no entanto, lavou-me os olhos ateus e, desde então, glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, vejo o quanto a tribo monxoró avança: para o caos! E a passos largos! Nos primeiros sinais do período chuvoso, problemas e mais problemas das regiões ditas nobres à periferia. Nas imediações da falecida Lagoa do Bispo, afogando o peito altivo do Nova Betânia, residências invadidas, Polícia Federal ilhada, comércio paralisado. João da Escóssia e José Damião intrafegáveis àquelas alturas. Nas favelas, a do Fio com maior intensidade, casas “na chon”, famílias desabrigadas, risco iminente de doenças, prejuízo, choro, ranger de dentes. Sem necessidade, é claro, pois infraestrutura é ponto forte do governo, que nem São Paulo, diz a propaganda. Resta-nos, então, reconhecer que o País de Mossoró cresceu, agora é continente, a Atlântida do semiárido.
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