quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

O QUADRO


Para Túlio Ratto


Um suspiro de luz atrás do monte

Explode de amarelo no vermelho

Que se derrama ao longo do horizonte

Tendo a terra encarnada como espelho.


O oceano, aquarela indecifrável

Onde o artista mergulha os seus pincéis

E o vento indecoroso, insaciável,

Transa cores com ondas infiéis.


Os coqueiros se dizem cataventos

E os cataventos juram ser coqueiros

Confundindo poetas desatentos.


Há quem diga – talvez seja loucura –

Sentir na brisa o tom de cada cheiro

Da paisagem que pulsa na pintura.