Para Túlio Ratto
Um suspiro de luz atrás do monte
Explode de amarelo no vermelho
Que se derrama ao longo do horizonte
Tendo a terra encarnada como espelho.
O oceano, aquarela indecifrável
Onde o artista mergulha os seus pincéis
E o vento indecoroso, insaciável,
Transa cores com ondas infiéis.
Os coqueiros se dizem cataventos
E os cataventos juram ser coqueiros
Confundindo poetas desatentos.
Há quem diga – talvez seja loucura –
Sentir na brisa o tom de cada cheiro
Da paisagem que pulsa na pintura.